ADRA reforça a importância da saúde mental além do Janeiro Branco

Especialistas alertam que o debate precisa ser contínuo e políticas públicas devem ser fortalecidas

Janeiro chega ao fim, mas a necessidade de discutir a saúde mental continua. O mês marcado pela campanha Janeiro Branco busca conscientizar sobre a importância dos cuidados psicológicos e emocionais, especialmente em um país onde transtornos mentais ainda são tratados com preconceito e negligência.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera os índices de depressão na América Latina, e dados do Ministério da Saúde indicam que os transtornos mentais são uma das principais causas de afastamento do trabalho no país. Entre os mais vulneráveis estão pessoas em situação de rua, idosos em abandono, crianças e adolescentes expostos à violência doméstica e trabalhadores sobrecarregados.

A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) está entre as organizações que atuam no acolhimento dessas populações em vulnerabilidade emocional. “Nos equipamentos sociais que mantemos, atendemos muitas pessoas com transtornos mentais, vítimas de abandono e violação de direitos. Embora não tenhamos um projeto exclusivo para essa população, a saúde mental está presente no nosso dia a dia”, explica Clairton de Oliveira, diretor da ADRA regional do Espírito Santo.

O impacto da assistência psicológica

A ADRA no ES mantém parcerias com universidades para oferecer suporte psicológico a seus assistidos. Os estudantes de psicologia têm contato direto com pessoas que passaram por experiências traumáticas e ajudam na reabilitação emocional.

Um dos casos atendidos pelos programas sociais da ADRA no ES é o de Maria das Graças de Souza, que passou quase duas décadas internada em um Hospital Psiquiátrico após um colapso emocional causado pela morte violenta do filho. “Os tratamentos eram brutais, incluindo amarrações e eletrochoques. Eu me sentia sem valor”, relembra. Hoje, ela vive em uma Residência Terapêutica administrada pela ADRA, onde voltou a estudar e redescobriu o prazer de viver.

Outro exemplo é Leonir Rondon, que, após um traumatismo craniano, foi diagnosticado erroneamente como portador de doença mental e passou 44 anos internado no hospital psiquiátrico. “Eu tentava fugir para voltar para casa, mas sempre me pegavam. Apanhava e recebia choques”, conta. Hoje, aos 80 anos, ele estuda no Instituto Federal do Espírito Santo e é um membro ativo da comunidade onde vive.

Como manter a saúde mental ao longo do ano

Especialistas alertam que o debate sobre saúde mental não pode se restringir a campanhas temporárias. Segundo o psicólogo Felipe Nogueira, algumas medidas são essenciais para a manutenção do equilíbrio emocional:

•⁠ ⁠Crie uma rotina equilibrada: Estabeleça horários regulares para dormir, se alimentar e realizar atividades prazerosas.
•⁠ ⁠Fortaleça laços sociais: Manter contato com amigos e familiares pode reduzir os riscos de depressão.
•⁠ ⁠Pratique atividades físicas: Exercícios ajudam na liberação de serotonina e reduzem os níveis de estresse.
•⁠ ⁠Evite automedicação: Medicamentos psiquiátricos devem ser usados apenas com prescrição médica.
•⁠ ⁠Busque ajuda profissional: A terapia pode ser essencial para lidar com traumas e dificuldades emocionais.

“O Janeiro Branco termina, mas o compromisso com a saúde mental deve ser permanente”, conclui Felipe Nogueira.

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