ADRA desenvolve atividades humanitárias para povos indígenas em Roraima

Iniciativa já beneficiou mais de 700 pessoas

No Brasil, cerca de um milhão de indígenas, de mais de 250 etnias, vivem em mais de 13,8% do território nacional. Essa população é constantemente ameaçada de violência, riscos de perda de direitos em decorrência da pressão dos latifundiários, mineradoras e usinas. Problemas e desafios que precisam ser enfrentados e que servem como pauta de reflexão neste 19 de abril, conhecido como Dia dos Povos Indígenas.

No início deste ano, alguns desses problemas foram evidenciados com o crescente número de casos e mortes por desnutrição e malária na reserva indígena Yanomami.

O garimpo se tornou uma das grandes ameaças e preocupação dos especialistas no tema. De acordo com as associações indígenas, o garimpo ilegal traz impactos imediatos que prejudicam a saúde da comunidade e aumenta a incidência de doenças infectocontagiosas, em especial a malária.

Outro ponto preocupante é a exploração dos minérios, cuja prática faz a utilização de mercúrio, um composto tóxico que contamina a água e os alimentos consumidos pela população. Quando expostos a essas substâncias, os habitantes ficam suscetíveis a vários problemas de saúde, como doenças neurológicas em crianças recém-nascidas.

A fim de enfrentar e amenizar essas dificuldades enfrentadas pela população indígena, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), regional de Roraima, juntamente com a UNICEF, como resposta ao Governo Federal diante da emergência de saúde aos povos Yanomami em Roraima, passou a desenvolver na localidade atividades de saúde, nutrição, água, saneamento e higiene dentro da CASAI-Y (Casa do Índio Yanomami). Por lá, cerca de 700 pessoas são beneficiadas.

De acordo com a coordenadora da ação, Gizele Marques, na área de saúde e nutrição o objetivo é atender crianças avaliadas com desnutrição aguda grave e desnutrição aguda moderada. “Depois de avaliadas, as encaminhamos para a suplementação da F-100 (Fórmula Nutricional) ou para a alimentação assistida, e acompanhamos a evolução individualmente”, explica Gizele.

Já no âmbito de água, saneamento e higiene (WASH), são desenvolvidas ações para o acesso à água potável e de qualidade, além de educação ambiental e promoção de higiene. “Aplicamos atividades de desinfecção interna e externa dos bebedouros, monitoramento e medição do cloro residual diariamente para avaliar se os indígenas têm acesso à água potável e de qualidade. Também promovemos a desinfecção do ambiente por meio de pulverização utilizando o hipoclorito de sódio produzido em nossa fábrica. Monitoramento de locais onde há defecação a céu aberto e promoção da higiene por meio da lavagem das mãos, para que haja a mudança de hábitos de higiene na comunidade”, afirma a coordenadora.

Em dois meses de projeto, mais de 700 pessoas já foram atendidas, sendo algumas delas crianças menores de cinco anos. Atualmente, 23 colaboradores trabalham no projeto.

“A satisfação que a equipe tem em assisti-los diariamente é tanta que é impossível não criar um vínculo de confiança entre eles. Com certeza serão criadas marcas e lembranças em ambos”, conclui Gizele, emocionada. (Foto: Divulgação)


Neste período, a coordenadora Gizele conta que diversas histórias marcaram a vivência no local. “Primeiro tivemos que conquistar a confiança deles para que aceitassem nosso trabalho ali. Por natureza, eles são arredios e desconfiados. Com um mês de ação, entenderam que nosso papel no local é somente ajudá-los. Gostam tanto da nossa presença que já pediram que essas atividades sejam estendidas até o território indígena, pois lá o quadro de desnutrição é maior e mais grave”, evidencia.

A tutora da ação ainda frisa que muitos bebês foram salvos da morte, mães voltaram para suas comunidades alegres e agradecidas pela atenção e dedicação recebida, pois o trabalho exige ação de domingo a domingo, dia e noite. “A satisfação que a equipe tem em assisti-los diariamente é tanta que é impossível não criar um vínculo de confiança entre eles. Com certeza serão criadas marcas e lembranças em ambos”, conclui Gizele, emocionada.

Outras atividades

As doações recebidas via Pix foram revertidas na compra de bebedouros, materiais para pintura e manutenção elétrica para a Casa de Saúde Indígena. (Foto: Divulgação)

Além dessas ações, a ADRA, em parceria com a Agência dos Estados Unidos da América para o Desenvolvimento Internacional (USAID/BAH), doou 1.500 redes com mosquiteiros para a CASAI. As doações recebidas via Pix foram revertidas na compra de bebedouros, materiais para pintura e manutenção elétrica para a Casa de Saúde Indígena.

Os indígenas atendidos pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Roraima (CEDCA) também receberam kits de redes com mosquiteiros.

Além disso, foram doados cimentos e materiais hidráulicos para atender as UBSIs do DSEI-Y, beneficiando mais de 1.100 indígenas.

 

 

TAGS

Artigos relacionados

Seja um voluntário da ADRA Brasil

“Quando a ação encontra a compaixão, vidas mudam.

– Dave Ramsey

Faça uma doação para ADRA Brasil

Clique no botão abaixo e venha mudar a vida de algúem, fazendo parte desta equipe que está levando justiça, compaixão e amor ao mundo.

Nossos parceiros