Projeto promove transformação na vida de mulheres em Roraima

Iniciativa resgata autoestima e abre caminhos para mulheres empreendedoras

À medida que o mundo marca o Dia Internacional da Mulher, uma data que celebra as conquistas sociais, econômicas, culturais e políticas das mulheres, histórias de superação e empoderamento ganham destaque. Uma dessas histórias é a de Aldryenis Medina, uma venezuelana que encontrou na segunda edição do projeto Mujeres Fuertes, uma iniciativa coordenada pela Associação Hermanitos, a oportunidade de redefinir sua trajetória.

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“Desde que decidi entrar no projeto, tenho me sentido muito encorajada, feliz e verdadeiramente grata,” compartilha Medina. Sua paixão pelo curso de gastronomia oferecido pelo projeto foi o ponto de partida para uma transformação de vida. “Sinto-me extremamente feliz com cada bolo, pudim, bolacha, pão que fiz,” diz ela, destacando o impacto prático e emocional do apoio recebido.

Transformação e empoderamento: um novo capítulo para mulheres em Roraima. (Foto: ADRA)

Parceria de sucesso

Executado pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) de Roraima, o ‘Mujeres Fuertes’ é coordenado pela Organização da Sociedade Civil (OSC) Hermanitos, com verba oriunda de reversão trabalhista do Ministério Público do Trabalho do Amazonas-Roraima (MPT AM/RR). O projeto tem apoio do Tribunal Regional da 11ª Região (TRT 11° Região), da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da ONU Mulheres e da Operação Acolhida.

Sobre o projeto

O Mujeres Fuertes surgiu em Manaus por meio do Hermanitos, instituição que acolhe e desenvolve uma série de atividades em prol de migrantes e refugiados venezuelanos. Na capital amazonense, a iniciativa já beneficiou 250 mulheres. Podem participar do projeto, apenas mães solos e que são responsáveis pelo sustento de seus filhos.

O Mujeres Fuertes, foi projetado não apenas para oferecer habilidades profissionais, mas também para fomentar um senso de comunidade, autoconfiança e independência entre suas participantes.

Fluxos migratórios

Da aprendizagem ao empreendedorismo: o poder da educação na vida das mulheres. (Foto: ADRA)

O projeto se destaca em uma região marcada por intensos fluxos migratórios e desafios sociais, trazendo esperança e oportunidades para mulheres refugiadas e em situações de vulnerabilidade. Ao encerrar suas atividades em 22 de fevereiro, o legado de Mujeres Fuertes continua vivo através das histórias de mulheres como Medina, que agora avança com seu próprio empreendimento na área de gastronomia, inspirada e fortalecida pela experiência adquirida.

“Não precisamos ter medo, temos que ter fé que podemos alcançar, que somos mulheres fortes e empoderadas,” afirma Medina.

Crescimento e renovação

Além de Aldryenis Medina, outra beneficiária da ação exemplifica a capacidade da iniciativa em fomentar crescimento e renovação. Ana Rafisa, uma empreendedora brasileira, viu seu negócio de entregas, “Delivery da Ti’Ana”, se expandir após participar dos treinamentos. “Não só me proporcionou habilidades valiosas mas também me mostrou que é possível superar as adversidades com a rede de apoio certa,” afirma Rafisa.

Apoio contínuo 

A jornada de empoderamento: inspirando mudanças, uma mulher de cada vez. (Foto: ADRA)

Shara Hellen Riebeiro da Silva, a coordenadora de projeto, reflete sobre o impacto do programa: “Ver a evolução dessas mulheres, desde a incerteza inicial até o momento em que se tornam empreendedoras confiantes, reforça nossa crença no poder do empoderamento feminino.” Silva salienta a importância do apoio contínuo e da criação de oportunidades para que mais mulheres possam trilhar caminhos semelhantes de crescimento e autoafirmação. “A escolha por Roraima não foi aleatória. A região é a principal via de entrada de venezuelanos no Brasil, muitos dos quais são mulheres enfrentando imensos desafios para se integrar e reconstruir suas vidas.”

O projeto, que durou dois ciclos de seis meses, não se limitou a fornecer qualificação profissional; ele ofereceu um suporte psicossocial vital, promovendo a empatia e o empoderamento feminino.

Silva destacou o alcance dos objetivos da ação: “Não apenas atingimos nossas metas, mas as superamos. A abordagem humanizada, as oficinas e os materiais fornecidos ampliaram o impacto do Mujeres Fuertes, transformando vidas.”

Os desafios foram diversos, desde a adaptação metodológica até a execução com uma equipe reduzida.

O projeto também foi um catalisador para o empoderamento feminino. “Vimos mulheres que chegaram até nós sem esperança se transformarem, recuperando sua autoestima e dignidade,” observa Silva.

Unindo forças para superar adversidades e construir futuros promissores. (Foto: ADRA)

Legado

A coordenadora ainda salienta que mesmo após sua conclusão, o legado do Mujeres Fuertes perdura. As participantes formaram suas próprias redes de apoio, fomentando o desenvolvimento contínuo de seus negócios e contribuindo para o fortalecimento da comunidade local. “Este projeto provou que, mesmo em meio às adversidades, é possível encontrar caminhos para a reconstrução e o crescimento,” conclui Silva, destacando a importância da integração cultural e do desenvolvimento mútuo.

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