ADRA e ASA mobilizam 200 voluntários e ampliam escuta nas casas em Rio Bonito do Iguaçu após tornado

Carreta Solidária já lavou mais de 2 toneladas de roupas, serviu quase 2 mil refeições e apoiou emocionalmente dezenas de famílias

Um pouco mais de uma semana depois do tornado que retorceu telhados, arrancou árvores e redesenhou o horizonte da cidade, o que se vê em Rio Bonito do Iguaçu não é apenas destruição. É movimento. É barulho de martelo, cheiro de madeira nova, fila de roupas limpas secando ao sol e, sobretudo, gente. Gente que chega, gente que ajuda, gente que se reergue, ainda que devagar.

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A ADRA Brasil (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais), em parceria com a ASA – Ação Solidária Adventista, transformou o último fim de semana em um mutirão de reconstrução ao mobilizar cerca de 200 voluntários vindos de várias regiões do Paraná. Vieram em dois ônibus e dezenas de carros próprios. Passaram os dias carregando telhas, removendo entulhos, reinstalando parte da rede elétrica, reconstruindo paredes, lavando quintais. Entre eles, 80 profissionais da construção civil, incluindo carpinteiros e eletricistas, que ficaram responsáveis pelas áreas mais críticas. Alguns dormiram em espaços improvisados para seguir com as obras no dia seguinte.

Equipes e voluntários mobilizados em diferentes frentes de atendimento. (Foto: ASCOM ADRA)

No centro desse movimento está a Carreta Solidária da ADRA Brasil, estacionada em frente ao Conselho Tutelar. A unidade móvel tem 45 m² divididos em três módulos: uma cozinha industrial com capacidade para preparar até 1.500 refeições por dia, uma lavanderia solidária capaz de lavar e secar aproximadamente 105 quilos de roupas por turno, e um espaço de apoio psicossocial, onde equipes especializadas oferecem escuta e orientação para famílias abaladas pelo trauma.

Desde sua chegada, a carreta já realizou 104 lavagens de roupas de 20 kg, totalizando mais de 2 toneladas de roupas, cobertores e fardas limpas, de moradores, Defesa Civil, Bombeiros e Polícia Militar. No mesmo período, foram distribuídas 1.950 refeições entre café da manhã, almoço e janta.

A carreta também funciona como ponto de encontro. Gente chega para lavar roupa, pegar um kit de higiene, perguntar sobre doações, saber do vizinho, pedir informação ou simplesmente para respirar por alguns minutos.

Escuta que sustenta

Carreta Solidária da ADRA segue instalada em frente ao Conselho Tutelar, funcionando como base de apoio às ações humanitárias. (Foto: ASCOM ADRA)

Mas reconstrução não se faz apenas com ferramentas e cimento. A equipe de atendimento psicossocial da ADRA tem atuado casa a casa. Até esta manhã, 39 famílias haviam recebido escuta ativa, acolhimento e acompanhamento.
Alguns atendimentos duraram mais de duas horas.

Outras necessidades surgem no instante em que alguém abre a porta e aceita conversar. Ansiedade, medo do céu escurecer, sensação de vazio, crianças chorando durante a noite, idosos inseguros com cada rajada de vento. Cada casa tem seu próprio tipo de escombro emocional.

‘É muito gratificante poder ajudar’

Registro das atividades realizadas durante a resposta emergencial. (Foto: ASCOM ADRA)

Entre os voluntários, histórias de solidariedade também se multiplicam. Fabiane Alves, de Laranjeiras do Sul, trabalha na carreta desde os primeiros dias da operação. Ela descreve o impacto de estar perto das famílias:
“É muito gratificante poder ajudar de alguma forma. Tem gente que perdeu casa, móveis, tudo… algumas até um ente querido. A gente não foi atingido, temos nossa casa, nossa família, e não se solidarizar seria muito triste. A gente tem que agradecer a Deus por não ter acontecido conosco e também por Ele nos dar a chance de ajudar quem foi afetado.”

A fala, simples e direta, ecoa um sentimento que se percebe em cada grupo de voluntários que chega: a consciência de que, diante de uma tragédia, solidariedade também é privilégio, o privilégio de poder servir.

O ciclo da ajuda continua

Mutirão mobilizado pela ADRA reúne voluntários de diversas cidades do Paraná para reforçar a reconstrução. (Foto: ASCOM ADRA)

Depois de um fim de semana intenso, Rio Bonito do Iguaçu segue com uma equipe menor de voluntários, moradores da região, líderes comunitários e trabalhadores que permaneceram para concluir reparos urgentes.
As entregas de cestas básicas, kits de limpeza, kits de higiene e 700 litros de leite continuam sendo feitas às famílias cadastradas.

A ADRA e a ASA reforçam que o trabalho permanece ativo na cidade: a carreta segue instalada, os atendimentos psicossociais continuam e novas ações serão mantidas ao longo da semana.

Rio Bonito do Iguaçu tenta reconstruir o que o vento levou. Telha por telha. Conversa por conversa. Roupa por roupa.
E, em meio aos escombros, um agradecimento tem se repetido de casa em casa:
“Obrigado por não terem ido embora.”

Voluntários da ADRA auxiliam na retirada de entulhos e reparos emergenciais nas casas atingidas pelo tornado. (Foto: ASCOM ADRA)

Como ajudar?

Para quem deseja apoiar as ações de reconstrução e atendimento às famílias de Rio Bonito do Iguaçu, a ADRA mantém uma campanha de doações aberta.
Contribuições podem ser feitas pelo PIX: [email protected]

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