Família empreende após receber benefício do Projeto ANA
Por Lairyne Silva
Maria José Aguillera veio morar no Brasil em 2018 e atualmente ela vivem na cidade de Boa Vista, capital de Roraima. Ela veio de Porto la Cruz (Venezuela) com a família logo que iniciou a crise financeira, política e social no país. Ela conta que primeiro veio o marido e somente depois ela e os filhos vieram. “ Eu estava grávida quando o meu esposo veio para o Brasil. Eu estava com medo e queria ter meu bebê perto da minha família na Venezuela então esperei mais um pouco e quando meu filho nasceu e vim para o Brasil”, relatou. A situação estava tão crítica na Venezuela que ela relembra que não tinha leite e nem fralda para seu filho, pois, estava tudo muito caro. “ Eu utilizava fralda de pano, pois, não tinha condições de comprar fralda descartável. E aqui no Brasil a situação melhorou por que conseguimos comprar leite, fralda, para as crianças”, disse Maria.
Com tantas dificuldades enfrentadas a família teve que deixar o país em busca de um futuro melhor. Atualmente eles não tem casa própria e moram em um lugar que paga aluguel. Maria mora com o esposo e 3 filhos de idades diferentes (5 anos, 2 anos e um bebê de 8 meses). Ela ficou sabendo através de uma amiga sobre o Projeto ANA (Ações Alimentares e não Alimentares para migrantes Venezuelanos no Brasil) e conseguiu fazer o seu cadastro. Por se encaixar nos critérios ela conseguiu ser beneficiada e para ela foi uma grande ajuda na melhoria da qualidade de vida. “Me ajudou bastante, eu estava sem trabalho então quando chegou o benefício começamos a nos alimentar melhor, a ter uma boa higiene e tudo começou a melhorar”, disse feliz.
Ao todo a família recebeu 7 recargas do benefício (incluindo uma recarga extra) e nesse período eles começaram a pensar em uma maneira de adquirir outra fonte de renda. “ Sem emprego nós tivemos que pensar em algo, então começamos a trabalhar com reformas de cama e colchão. Aprendemos a fazer isso e está dando certo.”, contou. O benefício do Projeto ajudou a família a empreender e hoje eles prestam serviço tanto para migrantes quanto para brasileiros. A reforma é completa e isso inclui o tecido do colchão e a estrutura da cama, seja ortopédica, de mola, cama box, etc. Nesse período, ela aprendeu a costurar os colchões e ajuda o marido nessa atividade. Devido alguns problemas de saúde do seu esposo eles diminuíram o fluxo de trabalho, mas, assim que ele melhorar eles irão retornar com as atividades.
“Sou muito agradecida por toda a ajuda do Projeto ANA, sem isso não teríamos conseguido trabalhar aqui no Brasil. Empego está muito difícil e com a renda extra pagamos o aluguel da casa e com o benefício utilizamos para comprar nossa alimentação e os itens de casa e higiene da família”, contou. Maria e a família não pretendem retornar para a Venezuela, pois, a situação ainda continua difícil no País. “Aqui no Brasil minhas crianças começaram a estudar e estou muito feliz por isso. Na escola eles tem as refeições diárias e se alimentam bem. Aos poucos nós estamos reaprendendo a viver em outro país que não é nosso. Enquanto a situação da Venezuela não melhorar não iremos retornar para lá”, finalizou.
Projeto ANA
O Projeto ANA (Ações Alimentares e não Alimentares para Migrantes Venezuelanos no Brasil), tem o objetivo de reduzir a insegurança alimentar de 31. 427 mil pessoas entre migrantes venezuelanos e brasileiros vivendo nas áreas afetadas das cidades de Boa Vista, Corredor Migratório de Roraima (Municípios de Iracema, Mucajaí, Caracaraí, Rorainópolis e Pacaraima) e Manaus, ao mesmo tempo que proporciona o acesso a itens domésticos básicos e artigos de higiene. Em Pacaraima atende também as 4 comunidades indígenas: Sakaumota, Tarau Paru, Sorocaima e Bananal. O tipo de serviço consiste na entrega de vouchers (cartões com crédito) para compra de produtos alimentícios, higiene, abrigo & assentamento, também são capacitados em promoção de higiene e sensibilização para melhor nutrição e combate a covid-19. O projeto funciona com a parceria da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e seus escritório FFP (Food for Peace) e OFDA (Office of U.S. Foreign Disaster Assistance).