Agência Adventista atua em toda a América do Sul com resposta rápida e minimização de perdas provocadas por fenômenos naturais.
Criado em 1989 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o Dia Mundial para Prevenção de Desastres Naturais é celebrado fixamente no dia 13 de outubro. O objetivo é provocar reflexões na sociedade e no poder público sobre as medidas necessárias para enfrentar as consequências dos desastres naturais. Mesmo com a impossibilidade de se evitar os fenômenos naturais, a existência da data busca lembrar que é possível minimizar os danos humanos que podem ser provocados por eles.
A data passou a ganhar notoriedade também pelo fato de que, nos últimos anos, houve aumento exponencial de sinistros provocados pelos mais variados fenômenos em todo o mundo. Terremotos, erupções vulcânicas, furacões e ondas de frio e calor estão causando cada vez mais prejuízos e se tornando mais frequentes. Preocupados com isso, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) tem reforçado sua presença no amparo e auxílio de pessoas afetadas por esses eventos.
De acordo com Eric Leichner, gerente de emergências da ADRA para oito países da América do Sul, o aumento da quantidade de situações calamitosas provocadas por causas naturais é um fato. “Nos últimos 20 anos, temos registrado grande crescimento nos desastres em geral, principalmente se compararmos com os 20 anos anteriores. A maior parte deles são eventos vinculados a fenômenos hidrometeorológicos, como chuvas, tempestades, enchentes e deslizamentos de terra”, explica.
Leichner destaca também que boa parte desses eventos são causados pelo excesso de fenômenos normais. “Há eventos que têm superado a média histórica, como chuvas e vendavais. Eles têm acontecido com uma frequência maior e mais fortes que o normal”, complementa. O diretor explica que as consequências humanas desses fenômenos também têm crescido pela existência de maior vulnerabilidade social nos últimos anos. “Isso acontece por vários motivos, mas dois deles em especial são o crescimento demográfico sem planejamento de áreas urbanas e o aumento da pobreza. Podemos afirmar que os desastres naturais criam mais desigualdade e mais pobreza”, salienta.
A ADRA tem trabalhado ativamente para minimizar esses impactos em desastres naturais que atingem toda a América do Sul. Segundo Leichner, isso tem sido feito através do reforço no mapeamento dos lugares onde esses fenômenos acontecem com certa frequência. “Fazendo isso, conseguimos elaborar maneiras de trabalhar de forma diferente e mais preventiva. Isso é feito colocando em prática projetos de atuação diretamente com a comunidade local e ajudando-a a se preparar para esses fenômenos. Alguns exemplos são o estabelecimento de sistemas de alerta, instrução dos moradores sobre como acompanhar as ameaças, ensino de técnicas para evacuação rápida, cuidar de pessoas com necessidades especiais, entre outras”, exemplifica o gerente.
A coordenadora de emergências da ADRA Brasil, Isabella França, reforça os dados apontados por Leichner a respeito do aumento da frequência dos fenômenos que causam desastres naturais. Isso tem sido comprovado também na quantidade de respostas emergenciais que a ADRA tem atendido na América do Sul. “Entre os anos de 2019 e 2021, tivemos um aumento de cerca de 20% na quantidade de respostas anuais em emergências no território sul-americano, isso desconsiderando o aumento gerado pela COVID-19”, conta.
Por esse motivo, Isabella também acredita na importância cada vez maior da existência do Dia Mundial para Prevenção de Desastres Naturais. Segundo ela, a conscientização a respeito do tema é fundamental para diminuir e evitar danos maiores. “Muitas vezes achamos que a responsabilidade de evitar catástrofes está apenas nas mãos do governo e das grandes empresas, mas cada um de nós tem um papel a cumprir. Desde o descarte correto do lixo até o uso consciente dos recursos naturais, todos podemos contribuir para um mundo com menos catástrofes”, afirma.
Para Isabella, um dos instrumentos de empenho da ADRA neste assunto tem sido a capacitação das pessoas que atuam em seus escritórios regionais para a gestão de catástrofes e também a busca pelo fortalecimento de laços com a Defesa Civil e com o Corpo de Bombeiros locais. “Nosso trabalho também envolve construir a cultura de projetos de prevenção em catástrofes e educação de comunidades afetadas como parte da redução de novos riscos. Escritórios regionais afetados recentemente por catástrofes têm se mobilizado junto às Defesas Civis locais para treinamento e conscientização das comunidades”, finaliza.