Se você deseja compreender o que é ter a vida arruinada por conta do alcoolismo, pode conversar com Hélio Queiroz. Aos 55 anos, ele tem experiência para descrever bem o que é isso. Queiroz começou a beber há quase 40 anos. Perdeu uma profissão que amava, afastou-se da família, foi morador de rua por três anos, chegou a pesar 70kg. E quando parecia que nunca iria largar o álcool, Hélio conheceu o Pró-Vida, espaço terapêutico da ADRA, a agência humanitária adventista, que ajuda pessoas afetadas pela dependência química. Ele começou o tratamento na unidade que fica em Cachoeira, interior da Bahia. “Estou me recuperando, já estou com 85 kg e saudável”, disse Queiroz, que se declarou feliz também por descobrir o valor da espiritualidade em sua vida.
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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 3,3 milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência do alcoolismo. Com a pandemia, o problema se intensificou. No Brasil, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostrou que 18% dos participantes relataram estar bebendo mais devido ao contexto da Covid-19. Segundo os pesquisadores, o estado de ânimo e a frequência de sentimentos de tristeza e depressão são apresentados no levantamento como possibilidades de causas para o aumento no uso de bebidas alcóolicas. Um quarto das pessoas que relataram essas sensações elevaram o consumo.
Em Salvador, o problema se agrava. Segundo Pesquisa Nacional de Saúde, de 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade baiana é a capital brasileira onde o consumo de álcool é maior. Enquanto no Brasil o consumo de álcool fica em 37,1% entre homens e 17% entre mulheres, esses dados sobem em Salvador para 51% (homens) e 31,8% (mulheres).
No sábado, 20 de fevereiro, data que marca o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, a ADRA declarou que o Pró-Vida já conseguiu ajudar mais de 1,5 mil pessoas a superar a dependência. É gente como Hélio Queiroz, que encontra no serviço da agência humanitária adventista uma comunidade de esperança.
“Este trabalho vem sendo feito há 20 anos, ajudando pessoas na reconstrução de suas vidas, através de um trabalho multidisciplinar e humanizado”, declarou Leonardo Carvalho, coordenador do Pró-Vida. Ele explicou que a comunidade terapêutica tem uma abordagem participativa para tratar a dependência química, através de mudança no estilo de vida, entendendo o uso abusivo como sintoma de um desajuste psicológico e social da pessoa. O trabalho com a natureza, os encontros sociais e a espiritualidade fazem parte do tratamento, que usa remédios naturais (respiração, banho de sol, terapia com água etc.) como parte da rotina de cuidados.
Para conhecer mais o Pró-Vida e ajudar este projeto, acesse este link.
Por Heron Santana