No Dia Mundial de Combate ao Fumo, celebrado em 31 de maio, a ADRA – Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais – chama a atenção para um público que muitas vezes permanece invisível nas estatísticas do tabagismo: homens adultos em situação de vulnerabilidade social e dependência química. É nesse contexto que atua o projeto Pró Vida, mantido pela ADRA Leste na cidade de Cachoeira, na Bahia.
Localizada no povoado de Belém, às margens da BA-502, a unidade acolhe homens com mais de 18 anos que fazem uso de substâncias psicoativas, oferecendo não apenas abrigo, mas também um programa de reabilitação integral que inclui o combate ao tabagismo.
“A dependência à nicotina, assim como a outras drogas, é um processo complexo, que envolve fatores fisiológicos, psicológicos e comportamentais”, explica o coordenador Leonardo Carvalho. “O tratamento começa com uma entrevista psicológica, onde avaliamos a motivação, o grau de dependência e a história clínica da pessoa. Em seguida, iniciamos o acompanhamento com Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), voltada para mudança de crenças e enfrentamento de gatilhos”, detalha.
A abordagem, segundo ele, visa não apenas interromper o uso do cigarro, mas prevenir recaídas. Quando necessário, medicamentos também são utilizados para amenizar os sintomas de abstinência.
O projeto tem parceria com a Prefeitura de Salvador, que encaminha pessoas em situação de rua com dependência química para acolhimento. Além disso, a unidade conta com uma equipe multidisciplinar composta por técnicos de enfermagem, psicólogo, assistente social e terapeuta.
“Nosso trabalho é humanizado e participativo. Planejamos atividades que incentivam o crescimento físico, relacional e emocional dos acolhidos”, diz Carvalho. Segundo ele, o impacto do projeto vai muito além do abandono do cigarro: há histórias de vidas completamente transformadas.
“Um dos nossos acolhidos superou a dependência, passou em um concurso público federal, se casou e reconstruiu a relação com a família. Esses relatos mostram que o fim do tabagismo pode ser o início de uma nova história”, conclui.