Reinvenção se deu por conta da pandemia e faz sucesso entre pacientes.
Em homenagem às instituições hospitalares e aos profissionais de saúde, no dia 2 de julho é celebrado o Dia Nacional do Hospital. Desde 2013, um grupo de humanização hospitalar cristão, conhecido como Doutores de Esperança, mantido pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), atua em hospitais de todo o Brasil levando alegria para crianças, adultos e idosos hospitalizados, seus acompanhantes e profissionais de saúde.
Doutores da Esperança
O projeto, que começou em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, hoje conta com centenas de voluntários e se estendeu para outras cidades, como Barra Mansa, Pinheiral, Barra do Piraí, Petrópolis, Paty do Alferes, Brasília, entre outras. A iniciativa está em processo de extensão.
A essência do trabalho é a utilização da paródia do palhaço que brinca de ser médico no hospital, tendo como referência a alegria e o lado saudável dos hospitalizados, além de colaborar para a transformação do ambiente por meio de mensagens de esperança levadas pelos voluntários.
Desafios da pandemia
Com a pandemia, o grupo precisou se reinventar. Foi então que surgiu a ideia de criar a “Adriana”, uma palhaça digital que visita os quartos das instituições.
A Adriana é, na verdade, um manequim que usa os mesmos trajes do grupo antes da pandemia, e um tablet na altura do rosto. A boneca é levada aos leitos por meio da ajuda de médicos e enfermeiros que fazem parte da equipe da ação; logo, é estabelecida a conexão entre os Doutores da Esperança, que estão do outro lado da tela, e seus queridos pacientes.
O agente social do projeto, Wescley Ferute, explica que os voluntários passaram por um treinamento para a nova modalidade de atendimento. “Fazemos uma ligação em tempo real. Os voluntários participam da live e levam uma mensagem de alento aos profissionais da saúde, pacientes e familiares nos hospitais”, frisa.
Seja no virtual ou presencial, todos os integrantes são devidamente treinados, passando por cursos de capacitação, interpretação e palhaçaria, a fim de desenvolver um trabalho sério, levando esperança e fé ao aflito.
Ferute salienta que no treinamento são reforçados todos os protocolos sanitários exigidos dentro do hospital. “A essência do trabalho é a compaixão e a imaginação, transformando até mesmo um ambiente deprimente como de um hospital em um universo alegre e humanizado”, pontua.
Ressignificando uma história
Felipe de Souza é um dos voluntários do Doutores de Esperança. O jovem conheceu a iniciativa em 2017, quando estava em um momento difícil de sua vida, sofrendo depressão, síndrome do pânico e ansiedade. Ele relata ter ressignificado sua história por meio das atividades desempenhadas pela equipe. “Meu nome de palhaço é Dr. Rui Drantes. Aprendi que a verdadeira humanização não é só com pessoas, é com todo aquele que cruza o nosso olhar, seja ele um ser humano, um animal, um lugar. Hoje tenho outro olhar para as pessoas. O que muitas vezes falta é o amor ao próximo. Vejo isso nos Doutores. Sou muito grato. Eles me acolheram, me pegaram no colo e me tornaram o que sou hoje”, expressa, emocionado.
A diretora da Escola de Doutores, Raquel Del Campo, que com a pandemia precisou readequar até mesmo os treinamentos, explica que para a equipe entender como seria a nova modalidade, fez com que os integrantes experimentassem e sentissem na prática a reação de quem recebe a “consulta”. “Ligamos para cada um. Quando atendiam, era a Dra. Brincalhona. Cada pessoa tinha uma reação diferente e sentia o carinho que eles transmitem ao próximo quando estão realizando o trabalho”, conclui.
“Aprendi que a verdadeira humanização não é só com pessoas, é com todo aquele que cruza o nosso olhar, seja ele um ser humano, um animal, um lugar. ”
Dr. Rui Drantes