Boa Vista, Roraima – Com apenas 18 anos, Mabeannys Brito deixou sua Venezuela natal em outubro de 2022. A crise em seu país a obrigou, junto com sua mãe e seu irmão, a trilhar um novo caminho rumo ao Brasil, onde seu pai já havia se estabelecido em busca de melhores condições de vida.
Os primeiros meses foram difíceis. O idioma, a falta de emprego e o sentimento de estar “fora do lugar” a levaram inclusive à depressão. “A maioria dos venezuelanos que estamos aqui não viemos porque quisemos. Estamos aqui por necessidade, porque queremos superar-nos, queremos crescer”, recorda.
O encontro que mudou seu caminho
Tudo começou a mudar quando uma tia lhe falou da ADRA. O que começou como uma simples visita em busca de ajuda para elaborar um currículo, se transformou em uma porta aberta para novas oportunidades.
Na ADRA, não apenas a ajudaram com o currículo, mas também lhe ofereceram fazer sua inscrição em um curso de português. “Aceitei imediatamente porque queria aprender. Foi uma bênção, porque agora entendo muito bem os brasileiros e consigo me defender melhor na comunicação”.
O apoio da ADRA não parou por aí. Mabeannys participou do curso de operador de caixa, oficina de empreendedorismo e em diversas atividades sobre alimentação saudável através do projeto Providência, que também lhe proporcionou ajuda para garantir uma nutrição adequada para sua filha de 9 meses.
“Eu fui à ADRA por uma única coisa, e eles me ofereceram muito mais. Foi uma bênção ter pisado naquele lugar”, afirma emocionada.
Um futuro de oportunidades
Um dos maiores avanços de Mabeannys foi descobrir na ADRA o incentivo para empreender. Motivada pelo que aprendeu nos cursos, decidiu iniciar seu próprio negócio: a venda de cafés da manhã especiais e personalizados.
Com esforço e dedicação, já são cinco meses à frente de seu empreendimento, o que lhe permite gerar renda e, ao mesmo tempo, cuidar de sua filha pequena. “Nunca pensei que poderia empreender em outro país. Graças ao que aprendi na ADRA, hoje sei que é possível seguir adiante, mesmo enfrentando desafios como o idioma e a adaptação cultural”.
Sua história foi tão inspiradora que a ADRA a convidou para compartilhar sua experiência e motivar outras pessoas migrantes que buscam novas oportunidades no Brasil. “O convite da ADRA me encheu de alegria. Justo naquela semana eu estava desanimada, mas essa ligação foi uma grande motivação para continuar”.
ADRA, um refúgio e uma família
Hoje, Mabeannys se sente orgulhosa de suas conquistas e profundamente agradecida com a ADRA:
“A ADRA é como uma segunda família. Ali encontrei um refúgio, um abraço, um lugar onde me entendem e me apoiam. Meu desejo é que nunca parem, que continuem motivando mais pessoas, assim como fizeram comigo”.