Refugiados venezuelanos encontram novo começo com apoio de projeto da ADRA

Iniciativa oferece cursos profissionalizantes, apoio jurídico e psicossocial, ajudando migrantes a superar barreiras e integrar-se à sociedade local.

No passado, a Venezuela abrigou milhares de refugiados da região e de outras partes do mundo. Agora, a quantidade de venezuelanos forçados a deixar suas casas continua a crescer, e um significativo número deles precisa de proteção internacional. Mais de 5,4 milhões de venezuelanos deixaram seu país até o momento, de acordo com dados dos governos que estão acolhendo esse fluxo, fazendo com que essa seja uma das maiores crises de deslocamento no mundo atualmente. Só no Brasil, existem aproximadamente 260 mil pessoas refugiadas reconhecidas.

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Dia Mundial de Zero Discriminação

Hoje, 1 de março, é celebrado o Dia Mundial de Zero Discriminação, porém a realidade é outra. Centenas de milhares de venezuelanos permanecem sem documentação ou permissão para residir regularmente em países vizinhos e, assim, não possuem a garantia de acesso a direitos básicos. Isso os faz particularmente vulneráveis à exploração laboral e sexual, tráfico, violência, discriminação e xenofobia.

Iniciativa da ADRA

Em resposta a essa crescente necessidade, uma iniciativa da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) Noroeste, em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), tem feito a diferença na vida de muitos refugiados e migrantes. Localizado na Rua Maués, Nº 120 – Cachoeirinha, o Centro de Apoio e Referência a Refugiados e Migrantes (CARE) fornece um amplo leque de serviços essenciais, desde apoio psicossocial e jurídico até cursos profissionalizantes, visando a integração efetiva desses indivíduos na sociedade local.

Compromisso com a Dignidade

Diversas oficinas são oferecidas. (Foto: ADRA)

Edilaura Mota, coordenadora do projeto CARE, destaca que o centro tem um “compromisso inabalável com a dignidade e o respeito mútuo, promovendo a inclusão e combatendo a discriminação”. Ela explica que os casos de xenofobia e racismo são tratados com grande sensibilidade, com assistentes sociais dedicados a proporcionar uma escuta atenta e qualificada. Mota enfatiza que, além do apoio individual, “são realizadas rodas de conversa e palestras educativas sobre as diversas formas de violência, visando construir uma comunidade mais consciente e solidária”.

Atividades do CARE

No centro das ações do CARE estão as atividades práticas e educativas que ajudam refugiados e migrantes a se adaptarem e prosperarem em sua nova vida. O projeto oferece cursos profissionalizantes como confeitaria e caixa, que preparam os participantes para o mercado de trabalho. Aulas de português também são uma parte essencial do programa, ajudando na comunicação do dia a dia e na integração na comunidade. Além disso, o CARE organiza encontros e palestras para discutir temas importantes como preconceito e racismo, promovendo um ambiente de respeito e compreensão.

Histórias de Sucesso

Jeannerys Isabel Brito Salazar, atualmente auxiliar de produção na empresa Perdigão em Mato Grosso do Sul. (Foto: ADRA)

Uma das histórias de sucesso do CARE é a de Carlita Mercedes Castillo, uma confeiteira autônoma que encontrou no projeto a oportunidade de transformar sua vida. Ao chegar em Manaus, Castillo enfrentou o desafio do idioma, que parecia uma barreira intransponível. “Quando cheguei, foi um impacto muito forte”, lembra ela. No entanto, sua determinação a levou ao CARE, onde ela se inscreveu em um curso de confeitaria. “Aprendi bastante, bastante, bastante”, diz Castillo com entusiasmo. Seu empenho e aprendizado a levaram a concluir não apenas o curso de confeitaria, mas também cursos de empreendedorismo e português, proporcionados pelo CARE. “Minha vida deu um giro”, afirma ela, agradecendo ao CARE por doar equipamentos que a possibilitaram a empreender com confiança em seus bolos.

Outra beneficiária do projeto, Jeannerys Isabel Brito Salazar, atualmente auxiliar de produção na empresa Perdigão em Mato Grosso do Sul, também compartilha sua gratidão pelo apoio recebido. Após três meses no Brasil, ela procurou o CARE em busca de novas oportunidades. “Nenhum começo é fácil”, diz Salazar, refletindo sobre os desafios de se adaptar a uma nova cultura e superar a solidão. No CARE, ela se inscreveu em cursos de português e operador de caixa, o que a ajudou a se inscrever para vagas de trabalho em outros estados. “E de fato, eu persisti, e aqui também me ajudaram muito, e o consegui”, relata Salazar, agradecendo ao CARE por seu apoio essencial.

 

 

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